Si parla molto (e bene) della mancanza di alfabetizzazione finanziaria in Portogallo. Ho sviluppato la teoria secondo cui i portoghesi hanno bisogno, più che di alfabetizzazione finanziaria, di alfabetizzazione politica e civica.
Indipendentemente dagli orientamenti politici di ciascuno, come è possibile che un ragazzo che non sa NIENTE del suo pensiero politico sia in grado di guidare i sondaggi per la prima posizione politica del paese?
Qualcuno che fino a 3 anni fa nessuno conosceva, senza esperienza politica, che ha gestito (bene) un programma di vaccinazione in un paese con i tassi di accettazione più alti al mondo e che da allora è stato coinvolto in interviste ogni 3 mesi.
So che il problema è sistemico e c’è molta colpa da parte della classe politica, ma l’emergere della figura dell’ammiraglio nella politica portoghese è preoccupante non per lui ma per il modo in cui è cresciuto.
https://www.sapo.pt/noticias/atualidade/barometro-intercampus-gouveia-e-melo-lidera_674d6bc03f0339070880caf6
di el_Bosco1
13 Comments
As escolas não fazem educação política séria. É um problema que não se debate.
Educação política é fundamental para as pessoas conhecerem o funcionamento das instituições, os fundamentos que enquadram esses funcionamentos, os processos de participação democrática, as diferentes correntes ideológicas, etc.
“Independentemente das orientações políticas de cada um, como é que é possível que um sujeito do quem não se sabe NADA do seu pensamento político seja capaz de liderar as sondagens para o primeiro cargo político do país?”
É fácil, a percepção de que os políticos não fazem nada aliada à percepção de que o Almirante é uma pessoa séria e competente. Sempre aconteceu e vai continuar a acontecer de cada vez que os políticos se mostrarem pouco sérios durante largos períodos de tempo.
Mas diga-se de passagem que, na minha opinião, essa questão do pensamento político é apenas uma fachada criada por outros políticos para tentar descredibilizar a candidatura do almirante. Qual era o pensamento político do Marcelo antes de ser eleito? Aliás, neste momento alguém consegue identificar qual é o pensamento político do Marcelo? E do Marques Mendes, qual é?
No final do dia, o Gouveia e Melo é um civil com serviço ao país e tem tanto direito de se candidatar a PR como qualquer outra pessoa.
>como é que é possível[…]
A farda. Há um conjunto de pessoas que não é desprezível que continua a pensar que “antes é que era”, “no meu tempo…” e “é preciso meter ordem nisto”. A farda e a ideia de ter um militar a mandar “nisto tudo” devolve-lhes essa ideia. Por outro lado, a política e os políticos estão numa fase de descrédito total e não há alternativas sérias apoiadas pelos grandes partidos. Os nomes mais sonantes até agora são António José Seguro e Santana Lopes e até agora não se consegue perceber se estão a falar a sério ou não. Por último, 2 mandatos de Marcelo tiraram a paciência a muito boa gente para suportar folclores e querer alguém mais sério para a função.
o Coelho vai concorrer e vai ser apoiado pelo PSD e o Chega, por muito que custe ao PSD apoiá-lo e ser apoiado pelo Chega, mas para o Almirante não ganhar vai ser um sacrifício que ambos vão fazer.
Isso para mim não tem a ver com falta de literacia… É simplesmente a descrença que as pessoas têm atualmente nos políticos e partidos.
As pessoas estão simplesmente cansadas dos políticos e dos casos de incompetência/corrupção que surgem quase diariamente.
Quando surge alguém fora da classe política e com provas de competência dadas no passado, é natural que num primeiro momento, confiem nessa pessoa.
temos o país que merecemos…
Este país merece tudo o que lhe acontece.
“Como é que é possível que…”
Duas componentes.
Primeiro, que respeita as instituições e as responsabilidades.
Segundo, que sabe quando deve estar calado. Coisa que o Marcelo não sabe.
O Marcelo em muito é um exemplo perfeito do que não fazer quando se é PR. Na minha opinião, ele mostra estar mais preocupado com as percepcoes que o publico tem dele, do que saber quais as suas responsabilidades e acima de tudo, lugar.
Quanto ao almirante, muita da atual “polémica” é devido a uma minoria vocal na sociedade que associa exercito/marinha a uma “toxicidade” masculina, bélica ou no mínimo, paternalista.
Não se trata de falta de pensamento político. Trata-se acima de tudo de escrever uma narrativa (por parte dos políticos atuais e dos media tradicionais) que tentam associar o almirante a algo moralmente falido e moralmente errado (acima de tudo a esquerda, que é o que nos tem habituado em todos os países ocidentais). É bastante ridícula esta ideia bacoca que tentam passar que é melhor um presidente “amigo/querido/aliado do povo” do que um presidente conhecedor das leis/constituição/instituições/responsabilidades.
“Alguém que até há 3 anos ninguém conhecia”. Comparar com o “quem conhecia o Marcelo” antes dele ser comentador na TVI?
Para acabar, acho estranho como no dia a dia ouve-se acusar a direita de dog whistles quando no corpo desta thread estão lá muitos dog whistles do lado oposto: “sistémico”, “culpa”, “surgimento”, “ascendencia”, “literacia”. Todas estas palavras/expressões ditas de um ponto de vista superior, de quem “sabe” ou “vê”, perante uma parte da população que acham burro ou ignorante. Onde já vi isto?
As pessoas já elegeram um senhor de fato que aparecia no telejornal a mandar bitaites e a recomendar livros. Se não fosse o Gouveia e Melo, preparavam-se para eleger um de dois outros senhores de fato que aparecem no telejornal a recomendar livros. A fasquia não está muito alta.
Ao GV atribui-se-lhe o facto de ter salvado a pátria com a vacinação. Embora quando ele pegou naquilo já fossemos dos países mais vacinados do mundo, e somos dos mais vacinados do mundo no geral. “Ah mas acabou a bandalheira de passarem à frente”. Quando ele começou, quem queria passar à frente da fila já o tinha feito, e quem o continuou a fazer não foi noticiado porque já se tinha tornado banal e tínhamos um novo herói para encher chouriços nas notícias. O herói não estava em cada centro de vacinação a espreitar se algum infrator aparecia.
Poucos se lembram da triste figurinha de querer condenar os militares que se recusaram a embarcar num navio avariado e sem condições de segurança. Bom senso não parece ter para vender.
O povo tem réstias de Estado Novo, uma figura paternalista e viril, um gajo de farda. Para muito velho é um gajo da tropa, que vem meter respeito que é o que este país precisa. Que se lixem as ideias, as pessoas votam no gajo bem-vestido que aparece muito na TV. O Hernâni Carvalho limpava isto na primeira volta.
É mesmo um concurso de popularidade
Tem uma obsessão doentia com o morrer pela pátria. É um péssimo sinal.
>um sujeito do quem não se sabe NADA do seu pensamento político
Até parece que em Portugal há muitos políticos com obra publicada. Tens com sorte uma tese académica, um ou outro artigo de opinião e entrevistas (e do ponto de vista de pensamento político, valem o que valem). Os nossos políticos não são muito de escrever.
Campóniolandia